Uma peta sobre a Ucrânia
Filosofia e História
Filipe Nunes Vicente

Uma peta sobre a Ucrânia

Ante Gotovina, ex-legionário francês, regressa à Croácia em 1990. Em 1996 é designado comandante do distrito militar de Split, dois anos depois é promovido a major-general. A 4 de Agosto de 1995 o exército croata captura Krajina e Gotovina instala-se. O Tribunal Penal Internacional publica em Maio de 2001 a acusação (caso IT-01-45-1), pela caneta de Carla del Ponte. Gotovina é acusado, entre vários crimes (deportação, destruição de habitações etc.), da execução de pelo menos

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Da série personagens do meu país (5): Rui Amália
Literatura
Filipe Nunes Vicente

Da série personagens do meu país (5): Rui Amália

Poeta desconhecido e deslumbrado, nasceu em Verride, perto da Figueira da Foz, em 1950. Publicou dois livros de poemas: o primeiro em Setembro de 1974 e o segundo em Junho de 1975. Numa entrevista feita por ele a ele (“uma recriação do espaço transbordante da recusa mercantil do mediatismo“) e publicado  sob  a forma de anúncio pago no Diário de Lisboa, em 1977, explicou as suas raízes literárias:    ” Vivi muito tempo na ilusão

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Da série personagens do meu país (4): Hércules Dias
Literatura
Filipe Nunes Vicente

Da série personagens do meu país (4): Hércules Dias

Deixou uma marca indelével na política e no jornalismo português. Amigo do seu amigo, defensor das populações com dificuldades, suportou, no entanto, uma campanha de ódio e maledicência como poucos. Multifacetado, foi autarca, deputado, jornalista e escritor. Na sua morte, em 2004, dele disse Almeida Santos: Não morreu um homem, nasceu uma herança de probidade, cultura e dedicação. Hércules Dias nasceu na Guarda, em 1930, num ambiente politizado e intelectual. O pai, licenciado em Química, foi

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O futuro aparente
Boa Vida
Filipe Nunes Vicente

O futuro aparente

Uma discussão interessante é feita por Cícero no Tratado do Destino (IX,17). Convida Diodoro, Epicuro e Crísipo: Tudo o que acontece teve de acontecer. As proposições sobre o futuro são tão verdadeiras como as sobre o passado ainda que nestas a impossibilidade de as modificar seja aparente. Já sobre o futuro essa aparência não é tão evidente. Isto é um dos eixos do estoicismo. Tudo o que aconteceu teve de acontecer representa o aceitar da vida no que ela configura de luto pela nossa omnipotência.  A nota

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Da série personagens do meu país (4): Conceição Carvalho do Ó.
Literatura
Filipe Nunes Vicente

Da série personagens do meu país (4): Conceição Carvalho do Ó.

Advogada lançada nas tarefas ministeriais, benfeitora, mulher de armas, de origem humilde, mas com transcurso brilhante. Ganhou o respeito dos seus concidadãos pela forma abnegada como se empenhou na vida pública e pelo modo recatado como dela se soube retirar. Nasceu em 1950, na Boavista, um pequeno lugar do distrito de Leiria, e cresceu com broa e carapaus secos da Nazaré, que dividia com as quatro irmãs. Diz por isso que aprecia hoje mais os

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Foreindring
Ciências
Filipe Nunes Vicente

Foreindring

Cícero (De Oratore II, 351) conta que Temistócles disse um dia a um homem que queria aprender a arte de recordar: farias melhor em aprender a arte de esquecer. Sim, mas por acaso está ligada a outra bela arte: a de re-recordar ou, se preferirem, a dupla recordação. A memória é uma construção neuronal e hoje em dia aceitamos três tipos: a sensorial, a de curta duração e a de longa duração. Alguns avanços e

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Da série personagens do meu país (3) : Joaquim de Carvalho
Literatura
Filipe Nunes Vicente

Da série personagens do meu país (3) : Joaquim de Carvalho

Nome incontornável da poesia portuguesa da segunda metade do século XX, não recebeu o reconhecimento merecido por motivos insondáveis. Relacionou-se com grandes poetas e escritores da sua geração e parecia lançado para o panteão da memória literária nacional, mas a sua obra é hoje  encontrada apenas em  alguns  alfarrabistas de província.  Joaquim Jesus de Carvalho nasceu em Seixas, Caminha, em 1945, numa família de comerciantes abastados. O pai e o avô compravam vinho verde e

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<i>Habla comigo</i>
Ciências
Filipe Nunes Vicente

Habla comigo

Cidades, muros (urbs), igrejas, religiões, livros impressos, estradas, navios, comboios, telégrafo, telefone, carros, aviões, autoestradas, internet, telemóveis. Tudo o que temos feito é para comunicar, cada vez mais, uns com os outros. Não por acaso, somos o animal mais aperfeiçoado na arte da carnificina. Esta natureza obsediante rima com intrigante. Os elefantes vivem em grupos estáveis e se é certo que de vez em quando fazem uns congressos, mantêm o grupo. Os leopardos, ao contrário

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Da série personagens do meu país (2): António M. Cardoso Fernandes
Literatura
Filipe Nunes Vicente

Da série personagens do meu país (2): António M. Cardoso Fernandes

Teve uma trajectória de vida direita como um fio de prumo. Soldado, político e poeta nas horas de lume, como gostava de cunhar os serões à lareira da sua casa serrana perto do Caramulo. Intransigente na defesa dos valores republicanos, da cidadania e da cultura, como foi dito na homenagem que lhe foi feita precisamente no Caramulo em 1998. António Manuel Cardoso Fernandes nasceu em 1942, em Paranho de Arca, filho de lavradores e primogénito

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O ciúme, autópsia breve
Ciências
Filipe Nunes Vicente

O ciúme, autópsia breve

A irmã do ciúme, a inveja, é muito mal vista (tanto quanto popular), mas não chega aos calcanhares do mano. In videre, ver demais. Dante, no canto oitavo do Purgatório, cose os olhos (as pálpebras) aos invejosos que ficam como os falcões (com os olhos tapados antes de serem largados na caça).   Ché a tutti un fil de ferro i cigli fóra E cusce sì, come a sparvier selvaggio   A inveja é chata,

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Uma peta sobre a Ucrânia

Uma peta sobre a Ucrânia

Ante Gotovina, ex-legionário francês, regressa à Croácia em 1990. Em 1996 é designado comandante do distrito militar de Split, dois anos depois é promovido a major-general. A 4 de Agosto de 1995 o exército croata captura Krajina e Gotovina instala-se. O Tribunal Penal Internacional publica em Maio de 2001 a

Da série personagens do meu país (5): Rui Amália

Da série personagens do meu país (5): Rui Amália

Poeta desconhecido e deslumbrado, nasceu em Verride, perto da Figueira da Foz, em 1950. Publicou dois livros de poemas: o primeiro em Setembro de 1974 e o segundo em Junho de 1975. Numa entrevista feita por ele a ele (“uma recriação do espaço transbordante da recusa mercantil do mediatismo“) e

Da série personagens do meu país (4): Hércules Dias

Da série personagens do meu país (4): Hércules Dias

Deixou uma marca indelével na política e no jornalismo português. Amigo do seu amigo, defensor das populações com dificuldades, suportou, no entanto, uma campanha de ódio e maledicência como poucos. Multifacetado, foi autarca, deputado, jornalista e escritor. Na sua morte, em 2004, dele disse Almeida Santos: Não morreu um homem, nasceu

O futuro aparente

O futuro aparente

Uma discussão interessante é feita por Cícero no Tratado do Destino (IX,17). Convida Diodoro, Epicuro e Crísipo: Tudo o que acontece teve de acontecer. As proposições sobre o futuro são tão verdadeiras como as sobre o passado ainda que nestas a impossibilidade de as modificar seja aparente. Já sobre o futuro essa aparência não é tão evidente. Isto

Da série personagens do meu país (4): Conceição Carvalho do Ó.

Da série personagens do meu país (4): Conceição Carvalho do Ó.

Advogada lançada nas tarefas ministeriais, benfeitora, mulher de armas, de origem humilde, mas com transcurso brilhante. Ganhou o respeito dos seus concidadãos pela forma abnegada como se empenhou na vida pública e pelo modo recatado como dela se soube retirar. Nasceu em 1950, na Boavista, um pequeno lugar do distrito

Foreindring

Foreindring

Cícero (De Oratore II, 351) conta que Temistócles disse um dia a um homem que queria aprender a arte de recordar: farias melhor em aprender a arte de esquecer. Sim, mas por acaso está ligada a outra bela arte: a de re-recordar ou, se preferirem, a dupla recordação. A memória

Da série personagens do meu país (3) : Joaquim de Carvalho

Da série personagens do meu país (3) : Joaquim de Carvalho

Nome incontornável da poesia portuguesa da segunda metade do século XX, não recebeu o reconhecimento merecido por motivos insondáveis. Relacionou-se com grandes poetas e escritores da sua geração e parecia lançado para o panteão da memória literária nacional, mas a sua obra é hoje  encontrada apenas em  alguns  alfarrabistas de

<i>Habla comigo</i>

Habla comigo

Cidades, muros (urbs), igrejas, religiões, livros impressos, estradas, navios, comboios, telégrafo, telefone, carros, aviões, autoestradas, internet, telemóveis. Tudo o que temos feito é para comunicar, cada vez mais, uns com os outros. Não por acaso, somos o animal mais aperfeiçoado na arte da carnificina. Esta natureza obsediante rima com intrigante.

Da série personagens do meu país (2): António M. Cardoso Fernandes

Da série personagens do meu país (2): António M. Cardoso Fernandes

Teve uma trajectória de vida direita como um fio de prumo. Soldado, político e poeta nas horas de lume, como gostava de cunhar os serões à lareira da sua casa serrana perto do Caramulo. Intransigente na defesa dos valores republicanos, da cidadania e da cultura, como foi dito na homenagem

O ciúme, autópsia breve

O ciúme, autópsia breve

A irmã do ciúme, a inveja, é muito mal vista (tanto quanto popular), mas não chega aos calcanhares do mano. In videre, ver demais. Dante, no canto oitavo do Purgatório, cose os olhos (as pálpebras) aos invejosos que ficam como os falcões (com os olhos tapados antes de serem largados