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Harry Todger e o Príncipe Sobressalente

Se, como uma sucessão de eventos e “casos de polícia” na política portuguesa tornou patente nos últimos meses, bastam alguns anos passados nos círculos do poder – mesmo nos mais afastados do centro – para inculcar em vulgares plebeus a ideia de que pertencem a uma casta superior, que paira acima da lei e cujo entendimento da “ética republicana” é estritamente subordinado ao proveito pessoal, poderá imaginar-se quão nocivo é para o carácter de um indivíduo ser educado desde o berço no pressuposto de que pertence, por razões estritamente hereditárias, a uma elite predestinada, a que está associada uma complexa rede de privilégios e obrigações. É certo que, na maioria dos países ocidentais em que subsiste, a monarquia foi sendo esvaziada de atribuições governativas relevantes e está hoje reduzida a um papel protocolar e decorativo, mas tal não atenua significativamente o obnóxio efeito psicológico de os membros da realeza serem tratados, desde o nascimento, como seres excepcionais, sem que para tal tenham de exibir qualidades ou desempenhos que se elevem acima da mediocridade.

Os defensores do regime monárquico defendem que é precisamente o direito hereditário que permite que quem nasce na realeza seja esmeradamente educado, desde a mais tenra infância, para as funções de responsabilidade que irá assumir na idade adulta, o que o torna mais bem preparado do que o plebeu que andou a ziguezaguear pela vida até descobrir que a sua vocação é ser primeiro-ministro. Já os adversários da monarquia argumentam que a genética prova que séculos de cruzamentos consanguíneos tendem a produzir idiotas e que crescer e viver numa bolha de privilégio produz criaturas egocêntricas, caprichosas e fátuas, que não só são incapazes de capitanear um navio em mares alterosos, como acabam, amiúde, por soçobrar nas águas rasas e inermes de uma piscina. A “educação esmerada” de príncipes e princesas está longe de garantir probidade, discernimento, competência e sentido do dever, como atestam as moscambilhas que levaram à abdicação do rei Juan Carlos em favor do seu filho Filipe e à revogação, por este, do título de Duquesa de Palma que fora conferido à sua irmã Cristina, e os múltiplos “escândalos” que têm abalado os Windsor.

O mais recente rombo no esburacado prestígio dos Windsor proveio do príncipe Harry, Duque de Sussex, que em 10 de Janeiro de 2023, publicou, pela Penguin Random House, um livro de memórias intitulado Spare, cujos eixos principais são a vitimização e a vingança pelas desconsiderações que ele e a sua esposa, a actriz americana Meghan Markle, terão sofrido às mãos dos Windsor. O título escolhido para a edição portuguesa, Na sombra, não faz justiça ao sarcasmo e ressentimento do título original, que significa “sobressalente”, numa alusão à frase que Charles terá proferido quando Diana Spencer deu à luz Harry: “Magnífico! Deste-me um herdeiro e um sobressalente – o meu trabalho está feito”.

Spare abunda em “revelações escandalosas”, mas, na essência, não traz nada de novo, já que, desde Janeiro de 2020, quando Harry e Markle anunciaram, num gesto sem precedentes na monarquia britânica, ir desligar-se dos seus compromissos para com a família real e passar a viver uma vida “independente”, repartida entre o Reino Unido e os EUA, a actividade visível dos Duques de Sussex tem-se centrado, precisamente, na vitimização e na vingança: primeiro através de uma entrevista “escaldante” com Oprah Winfrey (Fevereiro de 2021), depois através de uma série televisiva em seis episódios para a Netflix, intitulada Harry & Meghan (Dezembro de 2022). Receando, porventura, que Spare não fosse suficientemente explícito e escabroso, Harry fez coincidir o lançamento do livro com longas entrevistas em programas de grande audiência nas televisões americana (60 Minutes e Late Night with Stephen Colbert, na CBS) e britânica (na ITV).

Aos 38 anos, Harry parece não ter ainda percebido um facto essencial da vida: nascer príncipe é, ao mesmo tempo, uma bênção e uma condenação. É garantia de que irá usufruir-se de um sumptuoso nível de vida material; que se desfrutará, desde muito novo, de experiências muito variadas e (potencialmente) enriquecedoras; que uma equipa de gente prestável e submissa fará tudo para concretizar os seus mais ínfimos apetites e caprichos; que todas as portas se abrirão ao ser anunciado o seu nome. Mas a principal contrapartida por estas regalias não é ter de desempenhar as funções protocolares inerentes aos “membros trabalhadores da família real britânica” (que são ligeiras e anódinas), é ter de respirar diariamente a atmosfera tóxica e claustrofóbica de uma família cujos membros estão habituados, desde que nascem, a usufruir de mordomias e atenções absurdas (um exemplo bastará: o valet de chambre do actual rei Charles III tem a incumbência de, todas as noites, antes de Charles se deitar, espremer dentífrico para a sua escova de dentes) e, logo, a conceber-se como o centro do mundo e a desenvolver comportamentos narcísicos e sociopáticos.

Além das tensões internas na família, os membros da casa real estão também sujeitos às pressões provenientes da sociedade britânica que, embora nutra pela sua classe política um desinteresse (e até um desprezo) similar ao de outros países europeus, está possuída por uma obsessão pueril pela sua redundante família real. A idolatria pelos Windsor estende-se para lá das fronteiras do Reino Unido e da Commonwealth, como se tem comprovado pela excitação – a raiar a histeria – que os casamentos, baptizados e funerais da casa real têm despertado em Portugal e um pouco por todo o mundo. Fazer parte dos Windsor implica, portanto, estar-se sujeito ao incessante, minucioso e implacável escrutínio da imprensa tablóide e das revistas cor-de-rosa que vivem dessa fixação das massas na realeza.

Foi numa tentativa de escapar, por momentos, a esta sufocante perseguição que Diana Spencer encontrou a morte em Paris em 1997, mas Harry não retirou lições desta tragédia, ainda que ele a apresente recorrentemente como o evento-chave da sua vida e até dê a entender que o espírito de Diana vive agora nele (!). Em vez de usar a sua “demissão” como “membro trabalhador da família real” para reiniciar vida fora da órbita dos Windsor, adoptar um perfil discreto e subtrair-se (bem como à esposa e aos filhos) à vigilância panóptica dos media, Harry tem recorrido sistematicamente a estes para se pavonear e para se desforrar das humilhações (reais ou imaginárias) que lhe foram infligidas pela sua família, parecendo não se dar conta de mais outro facto essencial da vida: não pode ter-se, ao mesmo tempo, publicidade e privacidade. Divulgar, sistematicamente, os mais sórdidos, mesquinhos e estólidos detalhes da vida pessoal e familiar e esperar que os media mantenham uma distância adequada e respeitem a sua intimidade, é como passar horas a atirar nacos de carne aos tubarões e, depois, saltar para a água na expectativa de poder contemplar, em plena pacatez e segurança, a vida marinha do recife de coral.

Mas, como uma criança mimada, Harry parece querer sempre da vida apenas a parte saborosa e que melhor convém, a cada momento, aos seus interesses: quando Stephen Colbert, na entrevista no Late Night, trouxe a lume um dos mais embaraçosos episódios de Spare, que é a revelação de que, numa expedição ao Polo Norte, o pénis de Harry sofreu queimaduras de frio, que levaram muito tempo a sarar, Harry manifesta incómodo e  agastamento perante a pergunta: “Demos um salto tremendo entre o luto e o trauma e a minha pila [todger, no original]!”. Porém, é o próprio Harry que, em Spare, une indissoluvelmente luto e trauma à sua “pila”, nesta memorável passagem: “O meu pénis estava a oscilar entre extrema sensibilidade e traumatismo extremo. O último lugar onde queria estar era no Frieiristão. Recorri a alguns remédios caseiros, incluindo um recomendado por uma amiga. Ela aconselhou-me a usar o creme Elizabeth Arden. ‘A minha mãe costumava aplicá-lo nos lábios. Queres que eu o ponha na minha pila?’, ‘Funciona, Harry, confia em mim’. Arranjei uma embalagem e assim que a abri, o odor fez-me recuar no tempo. Foi como se a minha mãe estivesse ali no quarto”. O espírito de Diana não fez muito pelas queimaduras no pénis real, pelo que Harry teve de consultar um médico especializado, e a descrição deste episódio encerra com uma profunda meditação: “O tempo, como o médico previu, consertou a minha pila. Quando faria o mesmo truque de magia ao meu coração?”.

Nestas escassas linhas de Spare estão patentes as linhas mestras do livro e do carácter de Harry: inconsciência do seu privilégio, autocomiseração, autocentramento, frivolidade, pretensão (o creme Elizabeth Arden aspira a fazer a vez das madalenas ensopadas em chá de Em busca do tempo perdido) e falta de discernimento, de tacto, de sentido do ridículo e de talento literário.

Outro trecho grotesco (por razões bem diversas) de Spare é quando Harry, a propósito da sua experiência militar no Afeganistão, menciona os mujaheddin afegãos que terá abatido, equiparando-os a “peças de xadrez” removidas de um tabuleiro de jogo e precisando: “O meu número é 25. Não é um número que me encha de satisfação, mas também não me deixa envergonhado”. Ora, uma coisa é um militar fazer o que a sua missão e as circunstâncias o obrigam a fazer, outra é 1) manter contabilidade dos inimigos que matou e 2) revelar publicamente esse número sem que as circunstâncias o requeiram ou sequer o sugiram. A reivindicação, gratuita, destas mortes foi, como seria de esperar, recebida com indignação e fúria pelas autoridades afegãs (que declararam que Harry deveria ser julgado como “criminoso de guerra” num tribunal penal internacional) e com consternação e reprovação por figuras públicas britânicas e oficiais das Forças Armadas britânicas. Porém, Harry, blindado pelo egocentrismo e pela estultícia, foi incapaz de compreender a desumanidade e o despropósito da sua contabilidade macabra e alegou que o trecho divulgado fora, malevolamente, removido do contexto e ainda acusou os media que o difundiram de colocarem em perigo a sua pessoa e a sua família.

Entre a cornucópia de dislates e queixinhas de Spare, merece ainda destaque a passagem em que Harry diz ter sentido vergonha quando foi, pela primeira vez, convidado a lanchar na casa do irmão e da cunhada e, perante a ostensiva sumptuosidade desta, se lembrou dos “nossos candeeiros do IKEA, no sofá comprado pouco tempo antes em saldo”. Sim, caros leitores plebeus, a vida da realeza é muito mais dura do que sois capazes de imaginar!

Confrontado com a cada vez mais irrevogável condição de “sobressalente” (com o nascimento dos filhos do príncipe William, Harry ocupa agora o 5.º lugar na linha sucessória) e não tendo, até 2020, demonstrado possuir qualquer aptidão ou uma ideia de um rumo a seguir, o Duque de Sussex decidiu fazer do ressentimento um modo de vida e rentabilizar o único capital intelectual que possui: um vasto acervo de mexericos sobre si mesmo e sobre a família real britânica, um produto pelo qual as massas têm um apetite insaciável e que os media estão dispostos a remunerar generosamente. Consta que Spare é o primeiro de uma série de quatro livros pela qual a Penguin Random House irá pagar 35-40 milhões de dólares; a este valor deverão somar-se os cerca de 100 milhões de dólares (dizem os rumores) de um acordo assinado por Harry e Meghan com a Netflix e que prevê uma constelação de “conteúdos” em diversos formatos e para vários media. Em 2020, o ano em que os Duques de Sussex se “divorciaram” dos Windsor, a fortuna de Harry (resultante, essencialmente, de património herdado) estava estimada em 30 milhões de libras, levando os maledicentes a insinuar que a nova vida “independente” do casal seria passada no ócio, à sombra da confortável herança de Harry – porém, há que admitir que os Duques de Sussex têm vindo a dar mostras de saber como converter ressabiamento e indiscrição em dinheiro.

Spare não é, claro, o primeiro livro em que uma figura pública tenta resgatar uma vida baça ou uma frustrante experiência profissional, governativa ou empresarial através da divulgação de indiscrições sobre pessoas com quem privou e de instituições em que trabalhou – na verdade, os livros de memórias ressabiadas até já mereceriam uma secção nas livrarias. O género é popular no mundo anglófono e floresceu durante a presidência de Donald Trump, que deu origem a uma torrente de “tell-all books” tendo Trump como alvo e saídos da pena de elementos da sua administração (e, em particular, da sua equipa na Casa Branca), que se incompatibilizaram com o presidente e foram demitidos ou se demitiram – um fenómeno que teve, na presidência de Trump, uma frequência sem precedentes na história dos EUA, fazendo com que, no final do seu mandato, 91% do pessoal tivesse sido substituído.

Entre os livros de memórias ressabiadas que causaram maior sensação estão The Room Where It Happened, por John Bolton, ex-Conselheiro de Segurança Nacional, Disloyal, por Michael Cohen, ex-advogado de Trump, A Higher Loyalty, por James Comey, ex-director do FBI, Unhinged, por Omarosa Manigault Newman, ex-directora de comunicação da Administração Trump, I’ll Take Your Questions Now, por Stephanie Grisham, ex-directora de comunicação da Casa Branca, e A Warning, por um anónimo identificado como “alto funcionário da Administração Trump”, a que se soma um “tell-all book” vindo de dentro da família Trump, Too Much and Never Enough, por Mary Trump, psicóloga clínica e sobrinha do presidente, e, colateralmente, outro vindo de uma ex-amiga de Melania Trump, Melania and Me, por Stephanie Winston Wolkoff (já sem falar das largas dezenas de livros sobre Trump e sua entourage elaborados por jornalistas a partir de inconfidências recolhidas junto de membros da administração Trump).

Com excepções como James Comey, que já era director do FBI antes de Trump assumir a presidência, e Mary Trump, que não escolheu o tio, os autores dos outros livros foram seleccionados por Trump e aceitaram ocupar os seus cargos com plena consciência de que iriam trabalhar para um narcisista patológico, com personalidade autocrática e temperamental (ou, nas palavras do próprio, “a very stable genius”), e não ousaram contestar as políticas, tomadas de posição e comportamentos do “patrão” até terem deixado o cargo, pelo que há uma forte componente de hipocrisia e oportunismo nos seus “tell-all books”.

Em Portugal, onde o mercado livreiro é asténico, a atenção reservada a livros no espaço público é exígua e não há tradição de “tell-all books”, o estrondo causado pelo lançamento, em Novembro passado, de O Governador, foi um fenómeno invulgar, superando largamente a repercussão dos dois volumes de Quinta-Feira e Outros Dias, por Aníbal Cavaco Silva, surgidos em 2017 e 2018 e que são os exemplos mais recentes e notórios deste subgénero editorial no país.

Em O Governador, o economista Carlos Costa relata, através do jornalista Luís Rosa, a sua experiência como Governador do Banco de Portugal, entre 2010 e 2020. Embora seja apresentado, pela editora, como “reservado e de poucas palavras”, Carlos Costa, entendendo, quiçá, que a sua actuação “nesses tempos de agitação, incerteza e controvérsia” teria sido mal interpretada ou deliberadamente distorcida, deixando gravada na opinião pública e publicada a ideia de um governador tíbio, desatento e incapaz (ou sem vontade) de fazer frente às manobras de banqueiros astutos e petulantes (imagem que também ficou associada ao seu antecessor no cargo, Vítor Constâncio), decidiu dar a conhecer a sua versão das “guerras” com Ricardo Salgado e das suas “relações tensas com o poder político”. O que é revelador é que todo o alarido mediático em torno do livro se concentrou num único e brevíssimo episódio: um telefonema de António Costa (cuja existência o próprio contesta) pressionando Carlos Costa para não retirar a empresária Isabel dos Santos do conselho de administração do banco BIC. E foi também este episódio que levou comentadores políticos e figuras públicas a tomarem partido por Costa ou por Costa, consoante as filiações e simpatias partidárias, fractura que estava prefigurada logo na cerimónia de apresentação do livro, quer pela constelação de personalidades que lotava a sala, quer pela atmosfera febricitante, digna de comício de campanha eleitoral. Pode daqui depreender-se que, para lá do polémico telefonema, não há nada de cativante ou relevante nas 384 páginas do livro, o que não é inesperado. Com excepção de algumas dezenas de políticos e jornalistas especializados, quem poderá estar interessado em mergulhar nos detalhes burocráticos do mandato do governador do Banco de Portugal? Não é o tipo de história que fará a Netflix e a HBO digladiarem-se para obter os direitos de adaptação a série televisiva…

Inanidade por inanidade, até a vidinha de um príncipe não particularmente dotado e pertencente a uma casa real com funções estritamente cerimoniais é mais cativante e colorida: além das partes íntimas entorpecidas pelo vento árctico, há a perda de virgindade com uma mulher mais velha que gostava de cavalos (“foi uma montada rápida, e a seguir deu-me uma palmada no rabo e mandou-me pastar”), a aparição numa festa de máscaras envergando um uniforme nazi (ideia que Harry atribui, agora, ao irmão e à cunhada), as experiências com cocaína aos 17 anos, a bebedeira épica em Las Vegas durante a qual foi fotografado a jogar bilhar nu e considerou tatuar um mapa do Botswana num pé. É uma entorpecente amálgama de necedades, é certo, mas ao menos é apimentada por q.b. de sexo, drogas e rock’n’roll.

Logo à partida, os livros de memórias são, com os diários e as autobiografias, o género literário mais propenso à autocomiseração, à auto-indulgência, à imodéstia, ao narcisismo, à mesquinhez, ao relaxamento dos padrões de qualidade e à verborreia, mesmo quando são produzidos por escritores profissionais com reconhecida competência e talento. Quando são escritos por amadores, as probabilidades de fiasco são extremamente altas, mesmo que se conte com a colaboração de um ghost writer e o conselho de um editor. E se, para mais, o único propósito da “obra” for o ajuste de contas, está garantida a catástrofe – em termos literários, entenda-se, já que os consumidores de livros do nosso tempo, acostumados à atmosfera de coscuvilhice, escândalo, indignação e futilidade que respiram quotidianamente nas redes (ditas) sociais, parecem apreciar este tipo de “obras”. Afinal de contas, em 2022, nenhum livro publicado em Portugal teve tanto tempo de antena e acendeu tantas paixões quanto O Governador; e Spare vai muito bem encaminhado para ser o livro mais vendido de 2023 a nível global.

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Fotografia: A família real britânica à varanda do Buckingham Palace, em junho de 2013, de Carfax2, disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/File:The_British_royal_family_on_the_balcony_of_Buckingham_Palace.JPG

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