Edição de Lia Ferreira a partir de uma fotografia de HasenChat Music na Pexels.

Quando soube da notícia de uma ação policial na Alemanha que levou à detenção de 25 pessoas, o meu “sexto sentido” aprumou-se.

Por várias razões.

Uma, porque nasci na Alemanha, tenho pelo país um carinho muito especial — mesmo sendo português, identifico-me como “um bocadinho alemão” — e, por isso, notícias marcantes vindas de lá captam sempre a minha atenção.

Outra, porque a notícia dava conta de que os detidos faziam parte de um grupo de pessoas ligadas à extrema direita e inspiradas por teorias da conspiração — entre as quais o famoso movimento americano conhecido como QAnon — que estavam a planear derrubar a democracia alemã com recurso a violência extrema, incluindo a invasão ao Deutscher Bundestag, o parlamento germânico, e o assassínio de altas figuras do Estado, como o chanceler Olaf Scholz. [Sobre este caso, ouvi dois excelentes episódios de podcasts diários — The Daily e Today in Focus.]

E, por fim, porque tudo naquela notícia me fazia lembrar um podcast da BBC acerca daquilo que veio a levar aos infames acontecimentos de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio americano, da ascensão do movimento QAnon e das consequências do movimento Stop the Steal, de como a democracia nos Estados Unidos estremeceu de forma violenta e de como tudo aquilo que temos visto acontecer na América nos últimos anos pode, de certa forma, ser explicado com uma analogia que recua mais de cinco séculos e, ironicamente, tem origem nos escritos… de um alemão.

A história que nos é contada em The Coming Storm (BBC Radio 4 e BBC World Service) — que versa, de facto, sobre o caso americano e não sobre as recentes detenções germânicas — começa, ainda assim, a um oceano de lonjura da América e a cerca de mil quilómetros de caminho (Canal da Mancha incluído) da Alemanha.

Aliás, começa até em lugar nenhum especificamente.

Estamos em tempo de confinamentos da pandemia e, como tantos de nós, o autor encontra-se em casa, em local não revelado, a participar via Zoom numa aula virtual de desenho dada por Luisa-Maria MacCormak a partir de um local também não revelado — mas subentende-se que ambos estejam no Reino Unido.

Nessa aula, o aluno que por ali começa este programa documental é Gabriel Gatehouse — que se descreve como um «contador de histórias (algumas pequenas, outras longas, nenhuma delas alta)» e como «ex-correspondente internacional da BBC, agora com opções adicionais». É pela “janela” do Zoom que a professora de desenho lhe fala de bruxas, de como desenhá-las e de como a nossa noção histórica de bruxa foi moldada pelos delírios de um clérigo e inquisidor germânico chamado Heinrich Kramer, autor de uma obra escrita em 1486 intitulada originalmente Malleus Maleficarum — tendo ficado para a história conhecida pelo título O Martelo das Feiticeiras [The Witch Hammer].

O mero facto de, nos dias de hoje, sabermos o título desta obra (a que acresce o facto de o título — tal como a obra — ter tradução em várias línguas) é a razão pela qual Gatehouse recorre a este intróito da aula de desenho para nos levar em direção a uma história que nada terá a ver com essa aula de desenho; nem com as bruxas de Kramer.

Heinrich Kramer pôs no papel os seus sórdidos pensamentos acerca das mulheres que — garantia ele — eram por natureza maléficas e moralmente corruptas, com pactos feitos com o diabo e “assinados” com atos sexuais. E, quando escreveu as suas mirabolantes teorias, quase ninguém ligou.

Na cobertura jornalística da campanha eleitoral de 2020 nos Estados Unidos, também o enviado da BBC, Gabriel Gatehouse, não ligou muito a um indivíduo com um chapéu de pelo e cornos, de tronco nu, que agitava uma bandeira americana atada a uma lança de ponta afiada e se apresentava como o “Xamã Q”. O Q Shaman, ou QAnon Shaman, como Jacob Chansley é conhecido na América… e agora em todo o mundo, era naquela altura apenas um figurão a quem o fleumático jornalista britânico não deu grande atenção por considerar que um “cromo” não merece fazer parte da notícia apenas pelo mero facto de ser um “cromo”. A campanha terminou a 3 de novembro de 2020 com as eleições que haveriam de dar a vitória a Joe Biden sobre Donald Trump. Gatehouse regressou ao Reino Unido.

No entanto, uns meses depois, a 6 de janeiro de 2021, ao ver pela televisão aquilo que estava a acontecer do outro lado do Atlântico, em Washington, Gatehouse percebeu que o “cromo” que optou por ignorar durante a campanha eleitoral passara de um mero figurão a figura, ainda para mais central, no assalto ao Capitólio, o mais flagrante episódio de ameaça à democracia americana de que há memória coletiva.

Voltando à história do manuscrito do século XV, de um religioso obcecado com o satanismo, com atos sexuais e com a alegada corrupção moral do género feminino, as ideias expostas naquelas páginas foram consideradas marginais e demasiado extremas por aqueles que o leram; e foram poucos (sendo estes poucos também eles religiosos e com um sentimento de forte superioridade moral sobre a população em geral e as mulheres em particular). Foi assim até que uma (r)evolução tecnológica mudou tudo.

Em 1436, Johannes Gutenberg, compatriota de Heinrich Kramer, tinha “inventado” a prensa de tipos móveis [aquelas aspas ali atrás devem-se ao facto de já muito antes, primeiro na Suméria, depois na China e também na Coreia, existirem métodos de impressão que a prensa mecânica de Gutenberg melhorou significativamente]. O surgimento dessa tecnologia permitiu reproduzir vários exemplares (tantos quantos fossem necessários) de obras até ali publicadas em números muito escassos (apenas os possíveis) à base do trabalho manual dos escribas. Foi uma primeira forma de disseminação de ideias em larga escala.

O Martelo das Feiticeiras foi uma dessas obras, inicialmente raras, que foram mais tarde  publicadas em série e por isso o livro pôde ser lido por muito mais gente, para lá das paredes das bibliotecas religiosas e dos muros dos mosteiros. As ideias de Kramer, até ali marginais, deixaram de estar à margem e entraram pela sociedade adentro. Numa invariável cortesia da natureza humana, o “detalhe” de serem escandalosas e de certa forma “proibidas” só as tornou mais apetecíveis, populares e, consequentemente, mais fortes. Com tanta gente já antes seduzida pela doutrina católica da época, pejada de referências ao Satanismo, e depois rendida ao ódio misógino (e “pop”) de Kramer, a — literal — caça às bruxas começou, aconteceu em vários continentes, durou séculos, foi brutal e fez muitos milhares de vítimas.

Uma curiosidade: o livro ainda hoje é impresso e vendido em todo o mundo. As ideias de Kramer têm audiência. E o mercado agradece.

Foi igualmente por causa do poder da mais recente tecnologia existente para a propagação de ideias que, a 4 de dezembro de 2016, cerca de um mês depois da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, um homem entrou numa pizzaria de Washington D.C. e disparou três tiros com uma arma semiautomática AR-15. Acreditava estar a salvar crianças que ali estariam cativas como escravas sexuais. Estas crenças vinham de uma teoria da conspiração que ficou conhecida como “Pizzagate” lançada online (via 4chan, 8chan, Reddit e Twitter) durante a campanha eleitoral e amplificada por influencers de extrema direita como o radialista Alex Jones. O atirador estava tão rendido às “evidências” daquilo que lia, via e ouvia online que decidiu ir “investigar” (de arma em riste) se era mesmo verdade que havia crianças vítimas de pedofilia para lá da sala de refeições daquela pizzaria, como lhe tinham garantido na internet. 

Este episódio de violência é tido como sendo o ponto de partida para o movimento QAnon, todo ele alicerçado em teorias da conspiração, tantas (incontáveis, na verdade) e tão eficazes que não só a mesma pizzaria voltaria a ser alvo de um ataque — um incêndio — que quase a destruiu em 2019, como a 6 de janeiro de 2021 — convidadas por Trump e rendidas às crípticas mensagens do misterioso personagem “Q” sobre “a tempestade iminente” (“the coming storm”); tudo isto através das redes sociais e de apps online — milhares de pessoas dos quatro cantos da “União”-evidentemente-dividida-e-desunida que é a América atual convergiram para Washington. Inicialmente, queriam ouvir o seu líder e contestar a certificação oficial da vitória de Biden (sob o lema “Stop the Steal”) e, mais tarde, avançaram mesmo para uma violenta invasão do Capitólio que resultou em mortos, feridos, e evacuação de senadores, congressistas e até das segunda e terceira figuras da república americana para locais seguros perante as ameaças de morte que se ouviam, a alto e bom som, nas vozes dos invasores. O Q Shaman foi “só” o mais visível de todos eles. «Q SENT ME» («Q ENVIOU-ME») lia-se escrito num cartaz que muitas vezes esta personagem ostentava em ações de campanha a favor de Trump e de protesto contra o lado Democrata da política americana. Bem… se foi Q quem o enviou… facto é que ele estava lá quando tudo aconteceu.

As histórias de que tenho estado a falar não são aqui trazidas por mera iniciativa minha. Estão documentadas em The Coming Storm. Perdão. Não estão só documentadas. Estão obsessivamente pesquisadas, intensamente investigadas com incontáveis horas de reportagem e entrevistas, informações meticulosamente cruzadas e cuidadosamente entregues ao ouvinte, com uma escrita a roçar a perfeição, praticamente pronta a publicar num livro, mas divulgada sob a forma de documentário em áudio, com as melhores práticas da grande reportagem de rádio; só que… em formato ainda maior — e, na minha opinião, muito melhor — a que só um podcast pode verdadeiramente fazer justiça.

Todos os constrangimentos que um meio de comunicação social “tradicional” traz a um trabalho de qualidade — já lá vamos — são lançados “porta fora” pela liberdade de um podcast.

Seja na rádio, na televisão, num jornal (ou até em alguns formatos online, de órgãos de comunicação social [OCS]), o tempo é (literalmente) dinheiro, o “IMI” do espaço ocupado por qualquer conteúdo é extremamente dispendioso e nada disto se compadece com o tempo e o espaço necessários a “pôr no ar” um produto cuja qualidade depende fundamentalmente do recurso a TODA a informação e a TODO o espaço que seja imprescindível para contar a história devidamente.

Na rádio ou na televisão, num jornal ou num formato online de OCS, há sempre algo — e esse algo é quase sempre a absoluta necessidade de inserção de publicidade para gerar receitas — a obrigar a que uma história (de informação ou de entretenimento) seja moldada de forma a ”caber” no espaço disponível, em vez de ocupar todo o espaço de que necessita. O mais comum (e é quase sempre a pior opção) é ser reduzida, cortada. O menos mau (ainda que não deixando de ser muito mau) é a partição em segmentos cujos início e fim são definidos à partida, não pelo autor no ponto em que uma quebra possa não ser prejudicial à história, mas sim ditados pelos constrangimentos de que falei há pouco.

Isto, para não falar de outros tipos de constrangimentos que surgem sempre que a missão é contar histórias a um público muito vasto, de milhares, ou de milhões de pessoas. Aí, praticamente tudo é problema, com base nos receios de que o tema seja demasiado polémico para os recetores ou pelo menos para parte deles, demasiado contencioso para o gabinete jurídico, demasiado longo para o departamento comercial, demasiado “qualquer-outra-coisa” para as chefias editoriais, demasiado “tudo” para uma administração… e por aí afora . Sei-o bem; em mais de vinte anos de ofício, esquartejei imensos trabalhos por causa disso. Por aí, talvez não seja surpreendente que hoje em dia seja podcaster.

Num podcast — mesmo um podcast de uma das maiores empresas de mass media do mundo (e mesmo que eventualmente até tenha inserção de publicidade, para gerar receitas) — o espaço “certo” para contar uma história é aquele que seja necessário para contá-la bem. A simplicidade deste conceito é tão absurdamente grande quanto a complexidade de — com base nesse mesmo princípio — conseguir manter o recetor da história fielmente agarrado a uma longa narrativa.

É simplesmente di… fi… cí… li… mo.

O “truque” de The Coming Storm para manter o ouvinte sempre interessado não é um truque. É trabalho. Trabalho que dá ao ouvinte a segurança na noção de rigor em tudo o que é contado nesta série, na capacidade de contar em cada episódio a dose certa da história, lançando o episódio seguinte com o “gancho” perfeito. Todo este labor é ainda mais importante porque várias das histórias abordadas no documentário passaram-nos pelos ouvidos, ou pelos olhos, quando aconteceram — vimos nas notícias, lemos nas redes sociais, ouvimos na rádio ou em outros podcasts falar-se disso —, mas mais do que dizer-nos que aconteceram, este podcast diz-nos por que sucederam. O porquê das coisas, para quem dá real valor a mais do que à espuma dos dias, é como que um superalimento para a inteligência ou uma almofada fofa para uma consciência mais tranquila.

Por exemplo: uma ideia que muitas vezes Gabriel Gatehouse repete ao longo da história é a de que o melhor mesmo é nunca ignorar aquilo ou aquele que parece desenquadrado numa determinada situação. O tal figurão que afinal pode ser (ou vir a ser) figura nunca deve ser desconsiderado; deve sempre fazer parte das notas tiradas pelo observador para mais tarde poder contar a história com todos os elementos e não só com aqueles que aparentam ser os essenciais. É provável que essa recém-adquirida obsessão se deva ao facto de o Q Shaman lhe ter sido tão reconhecível como figura a 6 de janeiro de 2021 depois de lhe ter parecido apenas um figurão em finais de 2020 e de isso lhe ter causado uma certa “azia” de repórter que falhou num pedaço importante da reportagem. Mas — hey! — é viver e aprender. E fazer melhor da vez seguinte. Gatehouse levou isso muito a peito e quando regressou aos Estados Unidos fez fantasticamente melhor.

O programa, no seu formato original, terminou ao fim de oito episódios, com duração entre 23 e 42 minutos (lá está, a liberdade de a história ter o espaço que deve ter). Os sete primeiros episódios foram publicados simultaneamente, em drop, a 4 de janeiro de 2022, a dois dias do triste “aniversário” da invasão do Capitólio. O oitavo — de título “Epilogue” — foi lançado um mês e meio depois e é uma espécie de confissão de Gabriel Gatehouse, de que ele próprio foi desenvolvendo uma teoria da conspiração ao longo da realização de The Coming Storm. E, como se não bastasse ter começado a história com um livro que instigou uma mortal caça às bruxas, a sua teoria da conspiração baseia-se também num livro que poderá ter incitado o que veio a ser o movimento QAnon.

Mas o programa não terminou ao oitavo episódio.

Regressou em novembro de 2022 para mais três episódios. Dois de reportagem acerca das eleições intercalares em que a democracia americana voltou a estremecer — tantos eram os candidatos (alguns deles vencedores) assumidamente seguidores dos movimentos Stop The Steal e QAnon e defensores da Big Lie (a mentira mil vezes dita por Trump e seus aliados, de que venceu as eleições de 2020) — e um terceiro episódio com uma conversa. Uma conversa em que se falou sobre como os movimentos de extrema direita continuam vivos e fortes e “alimentados” por teorias da conspiração, pós-verdades e sonhos autocráticos e ditatoriais… e em que se revelou — já que Trump insiste em candidatar-se de novo à Casa Branca — que haverá nova temporada de The Coming Storm a tempo das próximas eleições… talvez lá para 2024.

Ou antes, se tudo correr “pessimamente bem”.

Na América, na Alemanha, ou… sabe-se lá, por onde vai passar a seguir a “tempestade que aí vem” e fazer a democracia estremecer. Outra vez.

Por falar nisso, já aconteceu, e foi no Brasil. A 8 de janeiro — dois anos e dois dias depois do assalto ao Capitólio nos Estados Unidos —, milhares de apoiantes do ex-presidente do Brasil e derrotado nas mais recentes eleições presidenciais, Jair Bolsonaro, convergiram para Brasília e invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal, provocando destruição e reclamando uma vitória de Bolsonaro sobre Lula da Silva que, na verdade, não aconteceu. Em quase tudo este ataque na Praça dos Três Poderes em Brasília parece uma “fotocópia traduzida” do que se passou a 6 de janeiro de 2021 em Washington. Mudou o local, mudaram as cores e, felizmente, não há registo de vítimas mortais. As imagens de 8 de janeiro de 2023 revelam que o céu estava cinzento sobre Brasília. No entanto, a única “chuva de água” que se fez sentir foi dentro dos edifícios invadidos, porque os manifestantes utilizaram as mangueiras de incêndio para destruir mobiliário e documentação. Lá fora, outras “chuvas”, de pedras e de gás lacrimogéneo. Foi o dia em que a “tempestade iminente” que há muito já se vinha anunciando chegou à capital brasileira. A democracia estremeceu, mais do que que já tinha estremecido antes, mas ainda é impossível saber se menos ou mais do que vai estremecer no futuro.

Por isso, regresso ao ponto final que estava a fazer.

A nova temporada de The Coming Storm virá a tempo das próximas eleições americanas… talvez lá para 2024. Ou antes, se tudo correr “pessimamente bem”.

Na América, na Alemanha, … no Brasil… ou… sabe-se lá, por onde vai passar a seguir a “tempestade que aí vem” e fazer a democracia estremecer. Outra vez.

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The Coming Storm é um programa da BBC Radio 4 e BBC World Service, criado e apresentado por Gabriel Gatehouse, produzido por Lucy Proctor, com edição de Penny Murphy e Richard Vardon e edição de áudio por James Beard. O editor delegado é Dan Clark. Disponível gratuitamente no website da BBC e em todas as plataformas de audição de podcasts.

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